terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Reflexão sobre o II Módulo de Formação

O grupo de trabalho regressou às sessões presenciais nos dias 12 e 13 de Novembro e iniciámos com a apresentação e a discussão de um estudo da DGDIDC acerca das dificuldades que os alunos e os professores enfrentam no ensino da língua actualmente. Sentimos que as conclusões do referido estudo são o reflexo do que nós, professores, e os nossos alunos experienciamos tantas vezes. É com pesar que aferimos que os alunos não conseguem reinvestir o que lhes ensinámos em situações-problema com que se deparam posteriormente; não mobilizam os seus conhecimentos ou não adquiriram as competências para solucionar a tal situação, o que nos traz uma grande sensação de impotência ou de esforço inglório.
Como inverter essa tendência? Como lhes fazer entender que o que os instigamos a saber, treinamos horas e aulas a fio é para aplicar, é uma munição para eles serem melhores em qualquer "domínio", agora competência específica, que o conhecimento não é compartimentado ou estanque, mas todo ele encadeado e transversal? Possivelmente, como constatámos, os alunos não captaram a necessidade de adquirir aquele conhecimento ou não foram motivados para tal. Se eles não lhe reconhecem utilidade, não é significativo para eles todo aquele processo que desenvolvemos, em que nos esfalfamos, para muní-los de competência ou de conhecimento. Assim sendo, temos de começar por aí, temos de agarrar o nosso público - "fazer um estudo de mercado" - conhecer bem as suas necessidades e motivá-lo para as satisfazer.
Debruçámo-nos, então, sobre três competências específicas do nosso programa: o Conhecimento Explícito, a Escrita e a Compreensão Oral e observámos que o enfoque deste novo programa está no "processo" e não no "produto", como no programa anterior, o que também se repercute no modelo de correcção - processual versus tradicional. Reflectimos acerca do faseamento que cada uma comporta e do trabalho em "Oficina" que vem dar outra dimensão mais enriquecedora e eficaz, significativa para os alunos, por ser processual e o aluno sentir que é parte responsável e fundamental desse processo de construção de saberes e de aquisição de competências.
Além disso, com a exploração de exemplos concretos de exercícios que encontramos no nosso dia-a-dia, nos nossos manuais, nas nossas fichas de trabalho, assentimos que temos de ser cada vez mais críticos quanto à qualidade e pertinência do que se nos é apresentado pelos manuais e do que utilizamos para trabalhar com os nossos alunos, adequar e tornar significativo para ir de encontro às carências e expectativas deles, que são cada vez mais díspares com a cada vez maior heterogeneidade que nos entra pela sala de aula a cada novo ano lectivo. Claramente, muito maior tem de ser o nosso esforço em diversificar metodologias, instrumentos e materiais, atender à qualidade desses mesmos elementos e gerir da melhor forma o tempo que temos e a articulação das várias competências. É, indubitavelmente, um grande desafio... diário.
21 de Dezembro de 2009

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