segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Reflexão sobre o I Módulo da Formação

Considero que, após estes dois dias de formação em Outubro, o novo programa do Português, com todas as suas potencialidades, vem trazer uma lufada de ar fresco ao nosso contexto actual do ensino da língua materna. Desde logo nele se destaca a convergência de vários documentos orientadores do nosso trabalho outrora dispersos. É um programa que veicula uma articulação entre ciclos, numa progressão de complexidade, assente em aprendizagens feitas por patamares; que reconhece e valoriza a língua como norma, com cariz identitário e patrimonial, transversal a todas as áreas do saber, entendida como língua de escolarização; que concede uma maior importância à formalidade no desenvolvimento das competências específicas da compreensão e da expressão oral; que introduz uma linguagem unificadora, nomeadamente no conhecimento explícito da língua com a TLBS; que enriquece o corpus textual a definir e a trabalhar com os nossos alunos ao articular-se com o Plano Nacional de Leitura; e que pressupõe a aquisição de competências e não de conteúdos apenas.
Todavia, grandes são os anseios perante a mudança que este programa preconiza, nomeadamente no âmbito do CEL, e para a qual não nos sentimos minimamente preparados. Aliás, o sentimento que se vive nas escolas é de quase completo desamparo face a esta nova realidade - a Nova Terminologia Linguística. É onde antevejo a maior dificuldade que teremos: em assimilar e dominar a nova terminologia linguística, e, porque não dizer, em re-aprender a gramática, pois muitas foram as transformações que esta sofreu. Confesso que, em contexto de formação, espero conseguir ter alguma elucidação neste campo, de modo a, de alguma forma, ajudar os meus colegas em departamento a esclarecerem dúvidas e a desenvolverem a sua actividade profissional com uma maior segurança.
No que concerne à dinâmica de trabalho proposta pelos formadores, creio que seja a mais enriquecedora em termos de "meter a mão na massa", folhear e apreender a organização do programa, e de partilha de vivências e de experiências com outros profissionais do ensino, ávidos e dispostos a dar o seu melhor nesta nossa incumbência de preparar o terreno para que o novo programa comece a ser trabalhado no próximo ano lectivo. Apenas um aspecto menos positivo realço das nossas sessões: a nossa dispersão nas discussões em plenário, o que nos roubou algum tempo nas tarefas a executar. Claramente, entende-se que é uma necessidade que nós temos de ter um espaço em que nós docentes sejamos ouvidos; temos tanto para desabafar que acabamos por não escolher a hora certa nem o local para o fazer. Com o decorrer desta formação, acredito que consigamos controlar esse ímpeto.
Involuntariamente, coube-me a mim a árdua tarefa de replicar o que estou a absorver nestas sessões presenciais e o que desenvolverei aqui, nas sessões online e nos trabalhos que realizar no âmbito desta formação. Para já, congratulo-me pela equipa de formadores que me acolhe, porque maior disponibilidade e profissionalismo seria difícil encontrar. Da minha parte, vou tentar fazer o meu melhor, embora me sinta insegura, no domínio das novas tecnologias, por exemplo, mas conto com o apoio de todos, formadores, formandos e colegas do meu departamento para cumprir o meu propósito aqui com o maior profissionalismo possível.
28 de Outubro de 2009

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